sexta-feira, 12 de junho de 2009

As pedagogias do "aprender a aprender" e algumas ilusões da assim chamada sociedade do conhecimento

Por: Newton Duarte

De acordo com Newton Duarte, as pedagogias do “aprender a aprender” é uma ampla corrente educacional contemporânea, o que significa um aprender fazendo. O autor traz em seu texto as relações entre as pedagogias do aprender a aprender e algumas ilusões da chamada sociedade do conhecimento.

Sociedade do conhecimento é uma ideologia produzida pelo capitalismo, é por si mesma uma ilusão que cumpre uma determinada função ideológica na sociedade capitalista contemporânea.

Segundo o autor, a função ideológica desempenhada pela crença na sociedade do conhecimento é de enfraquecer as críticas radicais ao capitalismo e enfraquecer a luta por uma revolução que leve a uma superação radical do capitalismo, gerando a crença que essa luta teria sido superada pela preocupação com outras questões como, por exemplo, a defesa dos direitos do consumidor, consciência ecológica, entre outros.

A pedagogia do "aprender a aprender" tem posicionamentos valorativos, a saber:
- São mais desejáveis as aprendizagens que o individuo realiza por si mesmo ausente de transmissão por outros indivíduos de conhecimentos e experiências;
- É mais importante o aluno desenvolver um método de aquisição, elaboração, descoberta, construção do conhecimento do que esse aluno aprender os conhecimentos que foram descobertos e elaborados por outras pessoas;
- A atividade do aluno para ser verdadeiramente educativa deve ser impulsionada e dirigida pelos interesses e necessidades da própria criança;
- A educação deve preparar os indivíduos para acompanharem a sociedade em acelerado processo de mudança.

Newton critica esses posicionamentos não porque discorde que a educação escolar deva desenvolver no individuo a capacidade e a iniciativa de buscar por si mesmo novos conhecimentos, autonomia intelectual, liberdade de pensamento e de expressão, mas porque as pedagogias do "aprender a aprender" estabelecem uma hierarquia valorativa na qual aprender sozinho situa-se num nível mais elevado do que a aprendizagem resultante da transmissão de conhecimentos por alguém, além do que o autor diz que essas pedagogias se apresentam como uma arma na competição por postos de trabalho na luta contra o desemprego.

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